Crueldade
São bichos estranhos, estes que toda a vida me rodearam.
Às vezes tenho sonhos com florestas tropicais quentes e húmidas. Será no México? Talvez no Brasil. São lugares verdes onde nunca estive, lugares onde não oiço os meus sons quotidianos.
O barulho do frigorífico, a cafeteira eléctrica, a chave a rodar na fechadura ao final de um dia de trabalho, as vozes na televisão.
Nojenta, repugnante, não sei o que quer dizer.
Fico desorientada sempre que uma destas criaturas dá um grito agudo e estridente ao olhar para mim.
Fascinante, exótica, não sei o que quer dizer.
Estes bichos assustam-me.
Hoje deixaram-me num lugar estranho, não são os meus sons, não são os meus cheiros. Estou rodeada por estes bichos que dão gritos agudos.
Sinto-me fraca, com fome e com medo do lugar que não conheço. Sou uma iguana e fui abandonada na Praça de Alvalade em Lisboa, os bichos com quem toda a vida vivi hoje foram de férias.
Só quero que me deixem morrer.- GVP
São bichos estranhos, estes que toda a vida me rodearam.
Às vezes tenho sonhos com florestas tropicais quentes e húmidas. Será no México? Talvez no Brasil. São lugares verdes onde nunca estive, lugares onde não oiço os meus sons quotidianos.
O barulho do frigorífico, a cafeteira eléctrica, a chave a rodar na fechadura ao final de um dia de trabalho, as vozes na televisão.
Nojenta, repugnante, não sei o que quer dizer.
Fico desorientada sempre que uma destas criaturas dá um grito agudo e estridente ao olhar para mim.
Fascinante, exótica, não sei o que quer dizer.
Estes bichos assustam-me.
Hoje deixaram-me num lugar estranho, não são os meus sons, não são os meus cheiros. Estou rodeada por estes bichos que dão gritos agudos.
Sinto-me fraca, com fome e com medo do lugar que não conheço. Sou uma iguana e fui abandonada na Praça de Alvalade em Lisboa, os bichos com quem toda a vida vivi hoje foram de férias.
Só quero que me deixem morrer.- GVP