quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Crueldade
São bichos estranhos, estes que toda a vida me rodearam.
Às vezes tenho sonhos com florestas tropicais quentes e húmidas. Será no México? Talvez no Brasil. São lugares verdes onde nunca estive, lugares onde não oiço os meus sons quotidianos.
O barulho do frigorífico, a cafeteira eléctrica, a chave a rodar na fechadura ao final de um dia de trabalho, as vozes na televisão.
Nojenta, repugnante, não sei o que quer dizer.
Fico desorientada sempre que uma destas criaturas dá um grito agudo e estridente ao olhar para mim.
Fascinante, exótica, não sei o que quer dizer.
Estes bichos assustam-me.
Hoje deixaram-me num lugar estranho, não são os meus sons, não são os meus cheiros. Estou rodeada por estes bichos que dão gritos agudos.
Sinto-me fraca, com fome e com medo do lugar que não conheço. Sou uma iguana e fui abandonada na Praça de Alvalade em Lisboa, os bichos com quem toda a vida vivi hoje foram de férias.
Só quero que me deixem morrer.- GVP

domingo, 3 de agosto de 2014

A Terra não girava e o Universo estava quieto.
Não havia estrada, não havia caminho.
Por algum tempo tudo foi o mesmo todos os dias.
Em suspenso no ar mas sem respirar.
E eis que de repente,
um pequeno sopro deslocou um minúsculo cabelo.
Então, a Terra voltou a girar e o Universo a expandir-se.-GVP

sábado, 2 de agosto de 2014

Aí como estou triste... 
Sempre que venho para este lindíssimo lugar de férias ( não vou dizer onde é), vou primeiro abastecer- me de livros para ler, comprei 1 excelente "Pássaros sem asas " apenas por 4.90 euros.
 Fiquei contente? Não, porque livros bons a preço de saldo deixam-me triste e lá estava ela, a D Dolores Aveiro no top de vendas!!! Herman Hess, Mia Couto, Lobo Antunes, envergonhados numas prateleiras lá nos fundos... Salvo apenas Gabriel Garcia Márquez que fez o favor aos editores de morrer este ano. 
E não arriscam porquê em novos autores? O lucro fácil não é, editores? Na minha opinião têm culpa sim que as pessoas prefiram as Margaridas R P e as Donas Dolores desta vida, há como eu sei do que estou a falar... GVP

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.- Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 23 de julho de 2014




Um pouco cansada de carregar um certo peso no coração quase me esqueci deste blogue desorganizado de temas, esta coisa tão minha...

Mas este simples desenho fez-me lembrar que tenho de subir outra vez

Desenho de Jávier Pérez

sexta-feira, 4 de julho de 2014

O que eu gostava era de entender porque temos nós funcionários públicos, e cidadãos portugueses em geral, de ser penalizados pelas idiotices de toda uma classe política que só tem feito m...neste país e ainda por cima é arrogante.

Uns quantos roubam descaradamente, outros ainda os elogiam para ver se também conseguem "apanhar" alguma coisinha. Todos uns miseráveis!

Estou farta de viver num país onde alguns bancos roubam descaradamente as economias de quem toda a vida trabalhou honestamente, insultam diáriamente os funcionários públicos, desprezam os idosos, desprotegem crianças e são capazes de humilhar um desgraçado que roubou uma lata de atum num supermercado.

Detesto Coelhos, Relvas, Seguros, Sócrates, toda essa cambada de gente incompetente e inútil.

Se ao menos algum tivesse a dignidade de vir publicamente dizer: "Desculpem, falhei em toda a linha"... -GVP

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Achei lindo, parei, voltei atrás e "roubei" um bocadinho deste amor para dentro de uma foto.-GVP

terça-feira, 1 de julho de 2014

 Esta horrorosa mania lusa…

Como Deus quer não é igual a “Vamos andando como Deus  quer.”
 Acredito que o que ELE  quer são  pessoas atentas a povoar o mundo.
Todos viemos aprender e todos os dias acontecem coisas relevantes, não podemos simplesmente  desperdiçar os dias a existir.
Eu sei que sou  inquieta por natureza mas já  não suporto ver gente morta a arrastar os dias. -GVP

segunda-feira, 30 de junho de 2014

“Há pessoas que escolhem ficar zangadas porque lhes é insuportável olhar para dentro.
A todas elas e particularmente às pessoas zangadas de quem gosto, faço votos para que a Paz as encontre um dia numa qualquer esquina da vida.”-GVP

terça-feira, 24 de junho de 2014

Hoje peço aos que rezam, uma oração para esta GRANDE mulher.

O teu é um amor verdadeiro, generoso e incondicional.
Uma escolha corajosa já que não pode ser um amor idílico nem suave.
Há lágrimas e muita dor.
Uma vida a dois brutalmente cortada por uma doença fatal.
A doença é sempre um lugar feio. Uns fogem por medo, fraqueza, egoísmo, outros ficam apenas por sentido do dever e contam desesperados as horas, os minutos e os segundos.
Muito poucos são aqueles, como tu, que decidem ficar amorosamente para melhorar as horas, os minutos , os últimos segundos do outro.
Amores assim, não fazem capas de revista.
São estes os verdadeiros heróis anónimos.
É uma honra conhecer-te.
Quando penso em ti , renovo a minha Fé em Deus e na Humanidade. Fico com vontade de ser uma pessoa melhor.
Que Deus te abençoe querida amiga e faça sempre felizes os teus filhos. -GVP

segunda-feira, 23 de junho de 2014

domingo, 22 de junho de 2014



POR CAMINHOS DIFÍCEIS - GVP
Gosto de pessoas determinadas, gosto de pessoas que sabem muito bem o que querem.
Tanta vontade de chegar onde quer...hoje fiquei feliz 
Mãe.- GVP

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Desejo ardentemente que este seja " um bom trabalho" e que cumpra bem o propósito com que eu e o Diogo o criámos porque poderá ajudar muita gente.

A história da Lebre Roxa está quase pronta...

Os nossos sentimentos são entusiasmo, fé, ternura e muito carinho para com todos e em especial para com "aquele" grupo de crianças que nos fez lançar nesta aventura. 

Espero dar notícias muito em breve  - GVP

terça-feira, 17 de junho de 2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Bom é:
Receber aquele abracinho inesperado de um filho, acompanhado de um "adoro-a mãe";
Um jantar romântico;
Amigos que nos fazem rir;
Projectos a rolar, coisas boas que podem acontecer;
Um dia na praia quase deserta em frente ao mar brilhante;
A sombra de uma árvore centenária e um chá gelado;
Bom é estar Viva- GVP


Ach, du scheisse, os alemães estão a ganhar a Portugal !!!!!!!

terça-feira, 10 de junho de 2014



Os nossos pés não se cansam de passear por Lisboa ( eu e o meu filho).  <3



Hoje de manhã enquanto tirava fotos na feira da Ladra em Lisboa, ouvi:

"Olhó passarinho e daqui a nada olhó telemóvel a avoar" -GVP




"Ai a vaidade, esse pecado mortal...
Hoje fiquei a entender porque é a vaidade um pecado mortal.
Saí de casa com a minha lindíssima clutch nova, muito pouco apropriada para usar numa 2ª Feira de trabalho. 
Olhei-me ao espelho antes de sair, a minha querida clutch pediu-me para descalçar as sabrinas rasas e para calçar "aquelas " sandálias de salto alto.
No trajecto até ao meu trabalho, vim em perigo de vida.
Adoro a calçada portuguesa mas não liga bem com as minhas sándálias.
E já em voo picado, mesmo rente ao chão, salvou-me uma alma caridosa a cheirar lindamente a aftershave. Uma humilhação..." -GVP

domingo, 8 de junho de 2014






São os homens de BOA VONTADE que fazem avançar o MUNDO.
Que Deus proteja estas ALMAS GRANDES que nos recordam o PODER DA ORAÇÃO.
Hoje, cada um no seu credo rezou pela PAZ NO MÉDIO ORIENTE E NO MUNDO INTEIRO.GRAÇAS A DEUS - GVP

terça-feira, 3 de junho de 2014

Gosto muito de ver as pessoas felizes perto de mim.
A felicidade dos outros faz bem a todos, aos outros e a nós também. 
Quando as pessoas estão felizes o ambiente é mais leve. É uma leveza contagiante esta de estar feliz. 
Ajudar os outros a estarem nesse estado não é bondade é egoísmo, é querer beber também dessa felicidade.
Foi a melhor maneira que encontrei para sublimar as minhas dores crónicas.- GVP

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Porque hoje é o dia da Espiga
"“Volta comigo para casa, Luisa
Subi, invisível, pelas escadas rolantes do metro. Tinha de ir a casa, fui buscar o teu vestido. Era aquele, o das bolinhas brancas e fundo azul escuro. Já o trazia no saco, cheirava a alfazema, cheirava a ti. 
Nos sapatos, nas meias, nem pensei, só no vestido.
Era o dia da espiga, lembras-te? Eu esperava por ti à saída do metro, com um raminho de espigas e papoilas rubras. No prédio do consultório havia uma pastelaria, à porta uma ciganita vendia as espigas que tirava de um alguidar de plástico azul.
- Tenham calma. Vai fazer mais uns exames e quando tivermos os resultados, falamos melhor.
Tinhas medo, nunca gostaste de hospitais.
A menina Rosa, uma auxiliar angolana enchia-te de beijinhos, os outros passavam.
- Senhora , hora da visita, chegou marido.- cantava ela.
Mal me vias à porta da enfermaria, mesmo muito doente, ficavas radiosa. Não sei como fazias aquilo, Luísa.
A minha Luísa, a rapariga que beijei há quarente anos no Miradouro de Santa Luzia.
- Vieste.- dizias sempre e depois perguntavas ansiosa - Dormiste bem ? Já comeste hoje?
- Dormi, dormi, agarrei-me à almofada que cheira a ti. Mas vou dormir melhor quando voltares comigo para casa.
- Um dia, um dia volto contigo para casa.
Voltaste hoje, aninhada no meu coração. Eu subi as escadas do metro embrulhado na minha dor, mas contigo dentro. Era necessário ir buscar o vestido, era aquele, o das bolinhas brancas.
Depois, quando a função terminou, voltamos os dois para casa mais tranquilos. A partir desse dia passarias a ver o mundo através dos meus olhos.-GVP “

quarta-feira, 28 de maio de 2014

"Para uma pessoa de quem gosto muito

Os seus olhos são duas vibrantes águas marinhas. Não há equívocos, nem expectativas ocultas, tudo ali é transparente como a água límpida do mar. Naquele oceano de emoções não vi peixes, apenas muito amor maternal e paixão pela arte que faz. 
Pensando bem, vi dois peixes sim, as suas mãos. Acho que nem deu conta como elas nadavam emocionadas enquanto me contava tudo. 
Vai ser um sucesso "- GVP

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Numa única coisa o Seguro tem razão, é preciso retirar consequências políticas deste resultado eleitoral.
Ele que vá para casa e leve todos os outros políticos , façam todos um retiro e com honestidade, pergunte cada um a si mesmo o que tem andado a fazer...
Os portugueses andam tristes e cá para mim não houve vencedores, só consigo ver perdedores.

Da esquerda para a direita e da direita para a esquerda só vejo gentinha arrogante, todos incapazes de descer à Terra. 
Estou farta de tanto cinismo! -GVP

terça-feira, 20 de maio de 2014

Pedir é sempre mais difícil...

"Primeiro era apenas uma sombra fugaz mas depois ficou.
Uma sombra grande a ofuscar o Sol.
Têm sido dias de chuva e vendaval.
Quero beber da Tua luz.
Mas a imensidão só me devolve o eco solitário da minha prece.
Tenho procurado mil e um caminhos para chegar a Ti ou talvez não…
Sinto os Teus sinais em toda a parte, sempre visíveis ao Coração.
Porém, não consigo ver.
Porque não me respondes PAI? "-GVP

sábado, 17 de maio de 2014

Um dia tive a ingenuidade de acreditar que podia escrever romances...
Este é mais um texto de uma história que acabei por não escrever

"A importância de um par de sandálias rasas.

Saí na direcção contrária, simplesmente não me apetecia voltar para casa. Fui ao lugar onde tu não estavas, a desafiar o destino mas a saber perfeitamente que nada iria acontecer.
Entrei numa livraria, abri ao acaso um livro, lá estava o depoimento corajoso de alguém que está a morrer e agarra os segundos que lhe restam com toda a dignidade. Este homem não tem medo, deixará um grande testemunho de amor aos seus. Tem exactamente a tua idade.
E tu? Não era nada, foi só um pequeno susto mas continuas a desperdiçar as horas, os dias da tua vida…
Voltei para a rua, final de tarde tranquilo, há esplanadas ensolaradas e árvores com sombras refrescantes, ouvi a campainha de uma bicicleta e saí da ciclovia.
Passei pelos lugares daquela tarde terrível, chuviscava, lembras-te? Lá estava o café de bairro.
Voltei à calçada portuguesa e vi outra vez um lugar da nossa juventude, já não existe mas que me lembre nunca teve qualquer importância para nós.
Agora caminho finalmente para casa. Que ironia, fica do outro lado da rua.
Todos os dias lá está ele, o beijo arrebatado que me deste. Os teus braços sem coragem de me largar, foram o grito desesperado de FICA enquanto me dizias ADEUS.
Nesse dia acabei por ser eu quem te afastou, com determinação mas nunca te expulsei do meu coração. Tu sabes…talvez um dia…será até ao último dia das nossas vidas, eu sei que tu também sabes._GVP"

sexta-feira, 16 de maio de 2014

A volubilidade desta vida, que tão depressa transforma o hoje no ontem de amanhã, deixa-me já o coração repleto de saudades do presente.  Posto isto, terei de viver intensa e verdadeiramente o hoje. Que Deus me inspire nesta tarefa.-GVP

Fotografia de András Sumegi


Uma Dor ( hoje lembrei-me desse tempo)

É húmido e escuro e frio e cinzento.
Podia ser uma trincheira enlameada, não é.
 Neste lugar absolutamente nada protege.
É apenas uma imensidão de vazio, uma vastidão de terra do nada e eu.
Mas do outro lado da rua há um jardim, com aromáticas flores e verdes recantos, onde  eu ainda vivo quase toda.-GVP

domingo, 11 de maio de 2014

Apenas uma simples rampa...

Hoje de manhã, a tomar o pequeno almoço num do meus locais favoritos de Lisboa, reparei na dificuldade com que algumas mães subiam as escadas com os seus carrinhos de bebé.
Lembrei-me do meu sobrinho Francisco e das outras pessoas com a mobilidade reduzida.
Porque é que há pessoas que estão impedidas de frequentar certos locais só porque existe uma estúpida escada?

Depois de elogiar muito este local, pedi ao dono que colocasse uma simples rampa, um investimento muito pequeno mas que lhe vai alargar o leque da clientela.

Assim, seremos mais pessoas felizes a degustar as delícias da Choupana. GVP

segunda-feira, 5 de maio de 2014

"Todos os dias agradeço ao imponderável a minha alegria de estar viva, sem ele a previsibilidade já me teria morto"- GVP

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Hoje lembrei-me deste poema ( Filho: espero que ainda guardes algumas rosas brancas).

Poema à Mãe

No mais fundo de ti, 
eu sei que traí, mãe 

Tudo porque já não sou 
o retrato adormecido 
no fundo dos teus olhos. 

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...

Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade, in "Os Amantes Sem Dinheiro"

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Sabem que mais? Às vezes as mães também stressam

Um bebé, um lindo bebé, o primeiro, uma emoção difícil de explicar por palavras.
Tudo é perfeito, idílico.
O pai estava comovido com o primeiro neto e até o avô chegou com um ramo de flores para a neta, vinha conhecer o bisneto.
Foi bom olhar para o marido tão feliz. Por aqueles dias ele não andava , flutuava pela clínica em Estado de Graça. Agradecia-lhe incessantemente o primeiro filho, um rapaz.
A amiga trouxe um cueiro lindíssimo e na casa nova havia já um quarto muito bonito à espera do menino.
Um ano depois, chegou a menina. Perfeito, o “casalinho piroso”, o menino e a menina .
O Mundo todo pintado a cor-de-rosa.
Pela primeira vez, o marido, sempre tão calmo, andava de mau humor. Respondia -lhe torto, até na presença da empregada! Tudo devido à espera da tão ansiada promoção no emprego. Tinha que ser paciente, aquilo estava a deixa-lo tenso.
Riu-se quando a amiga lhe disse: “Despacha a ucraniana, vi a mulher a fazer olhos de carneiro mal morto para o teu marido”.
O marido era um paz de alma, mas nunca fiando... Depois da segunda gravidez estava a ser difícil livrar-se daquelas gordurinhas na barriga. Senão tivesse cuidado ainda ficava pior que o Boneco da Michelin.
Tinha que se livrar das gorduras extra e tinha que se livrar da empregada ucraniana.
Andava muito cansada, entre preparar as festas de aniversário dos filhos e um curso de formação profissional que iria ministrar em horário pós laboral.
Mas valia a pena, iria finalmente fazer “aquela viagem” só com o marido, as crianças desta vez ficariam com a avó.
Chegava a casa exausta. Cinco minutos estendida no sofá antes de ir à casa de banho tirar as crianças da banheira, onde o pai as tinha deixado de molho. Mas nem cinco minutos esteve no sofá, uma dor lancinante no rim direito. Era uma Tartaruga Ninja, esquecida pelo filho no sofá da sala quem assim lhe picava o rim.
E eis que no primeiro jantar das tais férias a dois o marido lindo, todo bronzeado, lhe fez a seguinte declaração de amor: “Já sei que vais ficar zangada comigo mas hoje reparei que estás a ficar gorducha. Não faz mal minha querida, sabes que gosto de ti de qualquer maneira. Pronto, agora já estás amuada…”
Com os dois filhos na faculdade, o rapaz a fazer Erasmus tinha finalmente mais tempo livre, até já ia ao ginásio!
Mas o marido andava outra vez tenso com a vida profissional. Para dizer a verdade, andava insuportável. Para não chorar com a crueza de algumas palavras, fugia para almoços com as amigas.
Um dia, a descer a Avenida, encontrou a sua paixão de miúda.
Ali estava ele, envelhecido sim mas muito bem perfumado e com uma lindíssima gravata, pronto para uma reunião de negócios.
Dada a actividade profissional do marido, raras vezes usava uma gravata.
Combinaram lanchar, afinal eram amigos há muitos anos e nunca tinha sido namorados. Dois bons amigos que falaram dos respectivos casamentos, dos filhos, da vida profissional de cada um, de tudo e de nada.
Ele era educado e ouvia-a com interesse. Ele parecia beber cada uma das palavras dela. Quando se despediram, fez-lhe uma festa no rosto e tirou-lhe um cabelo do casaco. Não foi atrevido, foi só atencioso.
Falou ao marido daquele encontro.
Da segunda vez almoçaram juntos ele disse-lhe: “às vezes penso como teria sido a minha vida se tivesse ficado contigo.”
Mas não tinha ficado, em jovem escolheu ficar com outra.
Sim, era agradável ouvir dizer como estava mais bonita. Ouvir dizer que era uma mulher linda e muito interessante.
Não, aquilo já era atrevimento. Bebeu um pouco de água fria e despediu-se do amigo, tinha de chegar cedo a casa. Naquela noite o filho mais velho regressava de Barcelona.
Era uma mulher pré-menopausica a receber mensagens apaixonada do homem por quem tinha suspirado a vida toda até conhecer o marido.
Há muito tempo que não tinha os dois filhos juntos em casa. Era véspera de Natal e o marido estava de férias.
Jantavam os quatro em casa, à luz das velas. Um bom vinho e os filhos já adultos.
O marido, que sempre tivera muita dificuldade em expressar os seus afectos, fez-lhe uma festa no cabelo e arrancou-lhe, dolorosamente, um brinco de uma orelha.
“Mãe, está a chorar?!” perguntou o filho sempre atento.
“Sim meu querido mas estou feliz. É que nós as mães, às vezes, também stressamos” -GVP

sexta-feira, 25 de abril de 2014

A propósito de Liberdade...

“A professora ensinou que antes do 25 de Abril 1974, os que mandavam eram todos maus e faziam chorar as crianças”
Que engraçado, isto faz-me lembrar aquela outra frase “ os comunistas comem crianças ao pequeno almoço”

Não, isto ainda não é um rebanho dormente que caminha todo na mesma direcção.
Graças a Deus, ainda não usamos todos o mesmo corte de cabelo à líder.

Que mania que alguns têm de achar que “As grandes conquistas de Abril” é tema que colhe unanimidade!

Desculpem lá os meus amigos de esquerda, respeito, mas a mim não me apetece entrar na vossa festa.

Comemorar o quê? Um projecto falhado?

Em Portugal, no dia 25 de Abril de 2014 há idosos a morrer de solidão, famílias inteiras desempregadas e a morrer de fome, crianças sem acesso à Educação, políticos desonestos infiltrados em todos ou quase todos os partidos políticos (podia continuar esta infindável lista de horrores mas não quero porque está sol e não me apetece envenenar o meu dia) e a vocês ainda vos apetece comemorar?!

Só vos peço um favor, não impijam essa treta ao meu filho, coitado, só tem sete anos. Ainda não tem capacidade para saber que o Mundo não está dividido entre bons e maus, ainda não sabe que há áreas cinzentas, que para se puder fazer um juízo de valor honesto temos de contextualizar as pessoas na sua época.

Querem falar no 25 de Abril nas escolas do ensino básico? Falem, mas restrinjam-se o mais possível a factos históricos.
Deixem o resto para depois para quando estas crianças tiverem capacidade de entender que infelizmente “maus” existem em todas as épocas. - GVP
Durante muito tempo tive um Nokia do tempo da Pedra Lascada, nem fotos tirava, um descanso!
Guardo-o com o carinho de quem guarda uma relíquia.
Mas a minha família, nomeadamente a minha filha Carlota, achou que era uma vergonha eu andar com "aquilo".
Acontece que com "aquilo" eu era feliz, agora tenho uma m..de um telemóvel, todo moderno e vergonhas passo eu agora todos os dias.
Ligo para quem não quero ou envio as mensagens mais disparatadas e incompletas, parece que o palerma tem vida própria !- GVP
Gosto ·  · 

sábado, 19 de abril de 2014




Uma das minhas escolhas, a mais importante de todas é Cristo.

“Tomai todos e comei:
isto é o meu Corpo
que será entregue por vós
Tomai, todos, e bebei:
este é o cálice do meu Sangue,
o Sangue da nova e eterna aliança,
que será derramado por vós e por muitos,
para remissão dos pecados.
Fazei isto em memória de Mim.”


sexta-feira, 18 de abril de 2014

Este é o Corpo e o Sangue que veio redimir os pecados do HOMEM.
Que esta Páscoa seja para todos e cada um de nós o momento em que vamos renascer. - GVP

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Si alguien llama a tu puerta, amiga mía,
y algo en tu sangre late y no reposa
y en su tallo de agua, temblorosa,
la fuente es una líquida armonía.

Si alguien llama a tu puerta y todavía
te sobra tiempo para ser hermosa
y cabe todo abril en una rosa
y por la rosa se desangra el día.

Si alguien llama a tu puerta una mañana
sonora de palomas y campanas
y aún crees en el dolor y en la poesía.

Si aún la vida es verdad y el verso existe.
Si alguien llama a tu puerta y estás triste,
abre, que es el amor, amiga mía.
Gabriel García Márquez



Impossível dizer que morreu. Quem escreve lindíssimas histórias como Gabriel García Márquez escreveu, não morre nunca.

Obrigada pelo "Amor nos tempos de Cólera", "Sem anos de solidão", "Crónica de uma morte anunciada" e todos os outros- GVP

segunda-feira, 14 de abril de 2014



Começar a ler cedo

Enid Blyton fez muito por mim. Aos sete anos li os livros de aventuras dos Cinco e as Gémeas no Colégio de Santa Clara. 
Creio que começou aqui a minha paixão pela Grã Bertanha, responsável em parte por maravilhosas viagens que já fiz e espero continuar a fazer. 
E se o ambiente dos livros de Blyton era o da 2ª Guerra Mundial, isso não teve importancia nenhuma, havia sempre ovos, picles, scones e compotas. Fez-me sonhar com pic-nics em lindíssimas paisagens rurais, desejar um lanche com amigas à meia-noite, à luz de lanternas, com muitos risos.
Quis mais, já na minha juventude descobri Agatha Christie. Era a mesma Inglaterra, a mesma época, em vez de scones havia agora mais veneno, aventuras mais adultas e paixões arrebatadoras.
Passei para a leitura das irmãs Brontë, apaixonei-me pela "Jane Eyre", depois o "Monte dos Vendavais". Eram agora uma outra Inglaterra, mais negra.
Daí foi um pequeno passo para descobrir Charles Dickens. Como sofri com as desventuras de Oliver Twist!
Ainda hoje, todos os Natais, lá estou eu a revisitar um conto de Natal. Ainda adoro Ebenezer Scroose.
Só tenho pena de não dominar melhor o Inglês, teria lido tudo outra vez mas na língua original.
Enfim, mas leio, leio muito, isto e outras coisas. O gosto pela leitura abriu-me as portas do mundo e da imaginação.
Agradeço a Enid Blyton, tudo começou com ela.

Por isto quero muito que o meu filho Sebastião comece a ler. Numa época de muitos jogos eletrónicos e muita televisão não tem sido fácil.
Está de férias da Páscoa e a minha luta para que não esteja sempre a ver o Homem Aranha e Dragon Ball é grande.

Ontem, começamos os dois a ler Enid Blyton, não há imagens visuais, nem ruído. É penoso para ele e para mim, sempre a ouvir dizer que ler é uma seca.
Mas vamos levar esta tarefa até ao fim.
Acredito que daqui a uns anos também ele vai dizer "Thank you Enid Blyton". -GVP

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Um empadão, sumos, bolos e sopas caseiras.
A casa arrumada e o homem-aranha que já não suporto...
A minha mão na testa febril, pode mais que um Ben-u-ron.
A verdade é que ADORO SER MÃE